23 de jul. de 2025
Dinheiro é comportamento, não só planilha
A aula trouxe um olhar da economia comportamental, mostrando que muitas das decisões ruins com dinheiro não vêm da falta de conhecimento técnico, mas de vieses que todos nós temos. Três deles foram destaque:
Aversão à perda: preferimos não perder a ganhar, o que nos leva, por exemplo, a não cortar um gasto ruim por medo de “sentir” a perda.
Ancoragem: tomamos decisões com base em referências anteriores (como o melhor mês de comissão), e não na média real da renda.
Viés de disponibilidade: tomamos decisões com base no que lembramos com facilidade — como os meses bons — e esquecemos dos ruins.
Esses vieses moldam hábitos, minam planejamentos e dificultam a construção de reservas. Reconhecê-los é o primeiro passo para mudar o jogo.
Três estágios da vida financeira: em qual você está?
Nicolas propôs uma visão clara e pragmática da jornada financeira pessoal, dividida em três estágios:
Endividado: quando os gastos superam a renda e há passivos acumulados.
Zero a zero: quando a pessoa consegue pagar as contas, mas não sobra nada.
Investidor: quando há sobra mensal recorrente que permite construir patrimônio.
O erro mais comum é tentar investir antes de sair do zero a zero. O foco deve estar em gerar previsibilidade, cortar excessos e estruturar um fluxo que permita sobras, mesmo que pequenas.
Planejamento para quem não tem salário fixo
A grande sacada da aula foi adaptar o planejamento financeiro à realidade de quem vive de metas. Isso inclui:
Mapear todas as receitas e despesas, classificando por recorrência e variabilidade.
Criar um "salário fixo" pessoal, com base na média dos últimos meses, deixando as sobras em uma conta separada para lidar com meses ruins.
Construir uma reserva de emergência com pelo menos três meses da média de gastos.
Investir apenas depois que houver previsibilidade e estabilidade mínima.
Mais do que planilhas, trata-se de construir segurança emocional para lidar com a instabilidade e isso começa com clareza sobre sua realidade financeira.
E no fim das contas...
Se você vive de meta, sua saúde financeira não pode ser deixada para depois. Ela é, na prática, uma ferramenta de performance. Ter controle do dinheiro não é luxo — é o que permite dizer mais “não” para clientes desalinhados, negociar com menos ansiedade e até escolher melhor seus próximos passos na carreira.